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POLÍCIA

TRABALHADORES BAIANOS QUE ESTAVAM EM SITUAÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVIDÃO EM PROPRIEDADE RURAL SITUADA ENTRE MACHADO E CARVALHÓPOLIS SÃO RESGATADOS POR FISCAIS FEDERAIS

Um grupo de trabalhadores baianos, radicados em uma propriedade rural situada entre Machado e Carvalhópolis, foi resgatado, na tarde desta segunda-feira (6), por auditores fiscais federais que haviam recebido denúncias sobre a situação análoga à escravidão vivida pelos apanhadores de café. A ação contou com o apoio da Polícia Militar. Todos as vítimas foram encaminhadas para hotéis de Machado, antes de serem mandados de volta às suas cidades de origem.

De acordo com as informações obtidas pela reportagem da Gazeta, no início da tarde, a Polícia Militar de Machado foi procurada por auditores fiscais federais, a fim de acompanhá-los em uma operação que seria desencadeada em sítio no município de Carvalhópolis, onde um grupo de pessoas oriundas do Estado da Bahia estariam vivendo e trabalhando há mais de dois meses em condições desumanas e análogas à escravidão.

Ao chegarem na propriedade, as autoridades se depararam com os apanhadores de café almoçando. Questionados sobre as atividades e a situação em que estavam vivendo na propriedade, como se havia fornecimento de água e luz, a disponibilização de camas e condições sanitárias adequadas, os trabalhadores confessaram que vinham sendo mantidos de maneira precária, alegando que estavam totalmente descontentes.

De posse dos dados, os fiscais federais e os militares foram às duas casas ocupadas pelos baianos. Lá, constataram que os trabalhadores não tinham ao menos colchões e que as janelas dos imóveis estavam todas quebradas.

Ainda em conversa com os baianos, os fiscais e os policiais foram cientificados por um dos integrantes do grupo que cada um havia tirado, no máximo, em dois meses, cerca de R$ 2 mil – quantia extremamente baixa para apanhadores de café no referido espaço de tempo.

“Se você reparar direitinho, o pessoal que vem de fora fica em locais bacanas, estruturados. Estamos vivendo igual a escravos aqui”, disse um dos trabalhadores.

Na sequência das apurações e interrogatórios, as autoridades também descobriram que o dono da propriedade reside em Belo Horizonte e que a fazenda é administrada por um gerente, também pobre e humilde, que apenas segue ordens do patrão.

Diante dos fatos, os fiscais e policiais recolheram as carteiras de trabalho dos apanhadores de café para conferir se todos haviam sido devidamente registrados e fizeram levantamentos para descobrir se os mesmos tinham recebido EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), como botas, luvas e máscaras, além de terem cumprido o isolamento recomendado sobre Covid-19.

Notificações pertinentes ao caso e direcionadas ao proprietário do sítio foram confeccionadas pelas autoridades. Em seguida, o grupo foi encaminhado a hotéis de Machado, onde passaria o resto do dia e a noite. Depois seguiria para suas cidades de origem. Todas as despesas seriam pagas pelo empresário que contratou os apanhadores.

Por fim, os fiscais registraram o caso, notificaram o acusado e encaminharam as vítimas aos lugares citados.

Nova visita

Na manhã desta terça-feira (7), os fiscais retornarão à propriedade, acompanhados dos trabalhadores, para averiguar se realmente foram cumpridas todas as condições propostas no momento da contratação por parte do empresário.

Mais novidades sobre este acontecimento você confere aqui no site da Gazeta.

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