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POLÍTICA

VEREADORES EXPLICAM MOTIVOS QUE OS LEVARAM A MOVER AÇÃO JUDICIAL CONTRA A PREFEITURA

Uma dispensa de licitação suspeita, destinada a contratar uma empresa de capacitação de servidores, com valores exorbitantes e que, até o momento, não teve nenhuma comprovação de sua necessidade. Estes fatores levaram os vereadores Adriano Viana (Peixinho), Clayton Nery, Erivelto Ângelo, Maycon Willian, Messias Martins (Melão) e Renata Dias a solicitarem respostas plausíveis ao prefeito Julbert Ferre a respeito do caso. No entanto, após enviarem diversos ofícios ao Executivo, solicitando justificativas para o processo licitatório, e perante o silêncio da administração em relação à situação, as suspeitas de que existe alguma coisa errada no caso afloraram ainda mais nos parlamentares, que não se deram por vencidos e acionaram a Polícia Militar para elaborar um Boletim de Ocorrência contra o prefeito devido à falta de respostas ao Legislativo. Além disso e já prevendo dificuldades para conseguir “arrancar” alguma informação do Executivo, os vereadores contrataram um advogado para entrarem com um mandado de segurança contra a Prefeitura, e já acatado pela Justiça, exigindo a liberação de documentos referentes ao caso, a fim de analisarem todo o processo. Com todo este imbróglio e objetivando informar a população sobre os motivos que levaram os edis a tomarem tal atitude, a reportagem da Gazeta procurou os representantes do Legislativo para que concedessem uma entrevista exclusiva e falassem um pouco mais sobre a situação. Após aceitarem o convite, a equipe se encontrou com os vereadores Clayton e Maycon. E o resultado do bate-papo você confere a seguir:

GM: Clayton Nery explique aos leitores o que levou você e seus colegas a levantarem suspeitas em relação a uma dispensa de licitação para a contratação de uma empresa de capacitação de funcionários da Prefeitura. Pelo que foi apurado, o valor do processo dispensado extrapola o montante previsto em lei. Foi que despertou a dúvida? Como vocês tomaram conhecimento da situação? Em que “pé” está isso? O que vocês estão apurando?

Clayton: Primeiramente, quero deixar claro que a principal função de um vereador é a fiscalização. Não somos da turma do quanto pior melhor, de maneira alguma. Nesta Casa, bons projetos do Executivo foram aprovados por unanimidade. Eu, inclusive, fui líder de governo no início do mandato, mas por entender que não havia transparência, a qual sempre primei, deixei o posto justamente por não concordar com algumas atitudes do procurador do município, que, lamentavelmente, tem a confiança total do prefeito. Então, por não concordar com a postura desse procurador, deixei a liderança de governo em junho de 2017, informando abertamente ao prefeito que iria buscar a transparência durante todo o meu mandato, a qual não tive acesso. A partir daí, comecei a fazer requerimentos para saber o que estavam fazendo. Pouco tempo depois, recebi denúncias de dentro da própria Prefeitura e de pessoas de fora sobre uma dispensa de licitação no valor de quase R$ 1,4 milhão para capacitação de colaboradores e para a parametrização de um software, mas aí faço um parêntese: quando você compra um software as parametrizações são feitas pela própria fornecedora. Não precisa contratar uma segunda empresa para fazer isso. Mas, voltando ao assunto, descobri que a empresa contratada pela dispensa é de Santa Catarina. Depois disso, começamos a receber denúncias informando que a maioria dos servidores não fez nenhuma capacitação, e os que fizeram não cumpriram a carga horária prevista. Inclusive, fui cientificado que deles estão querendo tirar os nomes da lista porque estão com medo de sofrer “respingos”. A partir daí, no dia 9 de outubro de 2017, solicitei a documentação sobre o processo licitatório à Prefeitura, que, através do procurador e da então secretária de Administração, Cristina Fabri, me enviaram uma resposta muito vaga, direcionando à minha pessoa. Porém, faço mais um parêntese:  requerimento, para quem não sabe, não é um ato do vereador e, sim, da Câmara. Ele é votado em Plenário. Então, o requerimento pode ser indicado por mim, mas é votado pelos 13 edis. Logo, o requerimento é da Casa. Só que o Executivo não tem respeito com o Legislativo. Existem inúmeros requerimentos que não são respondidos, e isto é passivo de cassação, assim como aconteceu com o prefeito de São Thomé das Letras, que, por três vezes, não respondeu requerimentos dos edis e perdeu seu cargo. E, em Machado, estamos tolerando isto ainda. Mas, voltando ao assunto, me mandaram a resposta, dizendo que se eu quisesse ter acesso aos documentos teria que pagar pelas cópias, o que é um absurdo. Sou vereador, tenho direito às cópias dos documentos. É isso é um direito não só do vereador, como de qualquer cidadão. Uma “pessoa comum” tem que pagar sim, porque o município não é obrigado a bancar isto, mas a Casa Legislativa pedir um documento é obrigação do município entregar, e não entregaram. Com isso, voltei a questionar o prefeito no dia 23 de outubro de 2017, quando fiz outro requerimento. Ele veio com a mesma resposta: falaram que não iriam entregar os documentos e que se quisesse ter acesso teria que pagar por eles. Novamente, achei um absurdo. Daí, a coisa foi tomando uma proporção maior, pois comecei a entender o seguinte: se não querem mostrar é porque tem alguma coisa de errado. Se não tem nada errado e se está tudo transparente, porque não entregar os documentos? Eu, inclusive, nessa época, fiz uma lei, que, inclusive, já existe em outras cidades, obrigando que toda e qualquer administração, ao terminar uma licitação, tem o prazo de 72 horas para enviar a documentação à Câmara. Esse projeto de lei foi votado e aprovado por todos vereadores, inclusive, com elogios à minha pessoa. É um projeto fantástico! Mais de duzentos municípios já o aderiram, mas, em Machado, quando chegou para o prefeito sancionar, acabou sendo vetado. E o prefeito teve a cara de pau de contratar uma empresa, que, aliás, é instrumento de processo de improbidade administrativa, e dar a explicação de que estava vetando o projeto alegando inconstitucionalidade. Aí, pergunto: só Machado vai praticar inconstitucionalidade? Os outros duzentos municípios não praticaram? Obviamente, não acreditei que os colegas vereadores fossem apoiar o veto do prefeito e, por incrível que pareça, nove colegas foram favoráveis ao veto. Não entendi aquilo, mas bola pra frente. Desde então, graças ao veto do referido projeto, o Executivo não precisa mais mandar documentos nesses moldes que falei. Aí, em 2018, fizemos outro requerimento, também não respondido pelo prefeito. Machado possui um observatório social, que, aliás, o prefeito acha que me manipula contra seu governo. Não tenho ligação nenhuma com o observatório, apenas sou amigo das pessoas que fazem parte dele. Mas, voltando ao observatório, a entidade também entrou com uma ação na Justiça pedindo esses documentos e ganhou. Inclusive, tinha até o último dia 27 (quinta-feira) para recebê-los. Caso isso não acontecesse, a Prefeitura pagaria multa diária de R$ 1 mil. O município recorreu, mas perdeu e agora não tem mais recursos. Assim como o pessoal do observatório, também já ingressamos com um mandado de segurança pedindo acesso a esses documentos, sob pena de multa e até de prisão do prefeito, caso a solicitação não seja cumprida. Chegamos a esse ponto porque já não temos mais a quem recorrer. Tentamos de tudo, da melhor forma, mas não fomos atendidos. Até convocamos  a secretária Cristina Fabri, que, hoje, está no Planejamento, mas, na ocasião, respondia pela pasta de Administração e assinou todos os empenhos e pagamentos para essa empresa, para prestar esclarecimentos. Porém, de nada adiantou. E o que é mais engraçado nessa história toda é que a empresa, chamada Faepesul, de Santa Catarina, tem o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) totalmente diferente para a modalidade em que foi contratada. Isso é um absurdo. Além disso, a empresa já tem condenações em vários municípios por fazer esse tipo de serviço sem ser habilitada. Existe até um parecer da Procuradoria do Tribunal de Contas de Santa Catarina proibindo e condenando a Faepesul por prestar esse tipo de serviço, que eles alegam que isso é recuperação de INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que até hoje não foi restituído. Ou seja, pagaram por uma coisa que ainda não recuperaram. Que absurdo é isto aí! Só que, no portal da Prefeitura, estava Faepe. Lavras tem uma unidade da Faepe. Nós, vereadores, inclusive fomos até Lavras saber porque a Faepe de Lavras estava envolvida nisso. O observatório já tinha notificado isto, e a Faepe mandou resposta, alegando que nem conhece a Prefeitura de Machado e que nunca recebeu nada do município. Diante disso, as secretárias   alegaram que, de fato, houve um erro. Se houve o erro, por que não foi publicado? Por que não acusaram o mesmo? Foi preciso a Faepe de Lavras acusar esse erro depois que fomos investigar, após o observatório mandar requerimento pra lá!? Estivemos com presidente da Faepe,  pensou em até em acionar a Prefeitura de Machado na Justiça, devido ao fato de envolver a faculdade em uma situação dessas. Bom, mas com tudo isso acontecendo e já descontente com o rumo que as coisas estavam tomando, resolvi ingressar com uma denúncia na Procuradoria Geral de Minas Gerais. Os documentos estão todos nas mãos do Procurador Luiz Carlos Teles, que já abriu um processo de investigação e convocou a Prefeitura a dar esclarecimentos sobre esse fato. Também protocolamos uma ação desse mesmo processo na Procuradoria Federal, em Pouso Alegre. Então, penso assim: se o município insiste em negar os dados, procuramos os meios legais para obtê-los. Fizemos dois boletins de ocorrência na semana passada. Diante disso, prometeram dar os documentos. Chegamos lá e não cumpriram com o prometido. Chamamos a Polícia Militar e registramos tudo. Entendi que, se não tem nada, porque não querem mostrar os documentos? Se não querem mostrar é porque alguma coisa grave, algum erro existe. Não estamos acusando ninguém. Queremos apenas apurar os fatos. Vou ser muito sincero: queremos que esteja tudo certo. Não pretendemos ter que abrir um processo de cassação do prefeito por causa de um negócio desse aqui, mas, se for preciso, vamos abrir. Estamos indignados com essa falta de transparência que município vem praticando. Esses atos, no meu ponto vista, são, no mínimo, temerários. Estamos aí com duas caronas para contratar empresas de publicidade, uma, ano passado, no valor de R$ 480 mil, que não deu tempo de barrarmos, e, agora, outra na cidade de Itaúna, com a contratação de um empresa de publicidade no valor R$ 400 mil, em modalidade de carona. Isso só se aplica a coisas de necessidade de urgência, como combustível, alimentação… Necessidades urgentes! Agora, carona para publicidade!? Já é demais! Também fiz essa denúncia, que é outro instrumento de investigação do Ministério Público de Machado. As autoridades acataram a delação e vão tentar a suspensão da mesma. Pedimos os documentos do processo e não tivemos acesso a dados importantes, como valores gastos em publicidade em Poços de Caldas, com a TV Poços de Caldas, Rádio Transamerica, Rádio Jovem Pan… Estamos falando de Machado e não de Poços de Caldas. Não moramos, mas, sim, aqui. Quer gastar? Invista nas empresas locais. A população de Machado é que precisa saber o que acontece aqui e não as pessoas que residem em Poços de Caldas. Se fizerem propaganda gratuita, beleza! Se a TV de Poços quer fazer, ótimo! Mas o que não dá pra entender é que, depois disso tudo, saem dizendo não têm dinheiro para algumas coisas básicas e iam gastar R$ 400 mil com duas noites gratuitas em uma festa de peão em um local perigosíssimo. Enfim, queremos saber como se deu todo o processo. Já entramos com um mandado de segurança e obtivemos o parecer favorável da Justiça para ter acesso aos documentos, pois não concordamos com esse tipo de atitude do município de não querer entregar os materiais. Se não querem entregar é porque tem alguma coisa errada. E se tiver, vamos descobrir.

JPF: A Câmara também convocou as secretárias de Planejamento e Administração para deporem sobre o caso? Como foi isso?

Clayton: Na verdade, a secretária de Planejamento veio porque, na época, ela era a responsável pela pasta de Administração e também veio a Juliana Ferreira, é a atual chefe do referido setor.

JPF: Durante a sabatina, elas responderam a todos os questionamentos?

Clayton: Não souberam responder tudo aquilo que perguntamos. Não sabiam nem o CNAE da empresa. Em algumas vezes deram sorrisos irônicos e respostas contraditórias. Enfim, não souberam responder. Mas sabia que elas não saberiam se expressar. Até entendo que a secretária tem total responsabilidade, pois é ordenadora de contas e foi induzida a isso. Não acredito na má fé dela, mas, sim, que ela sabia do tamanho da responsabilidade em ser ordenadora de contas de uma dispensa de licitação dessas. Inclusive, temos denúncias gravíssimas de pessoas que, na ocasião, se recusaram a concordar com esse projeto e perderam seus cargos de confiança ou comissionados, sendo transferidos para outras funções. Isso é outro absurdo e também vamos apurar o que realmente está acontecendo.

JPF: Então, a partir disso tudo, vocês se organizaram para tentar resolver a situação?

Clayton: Na verdade, o prefeito criou a oposição. A oposição não foi criada pelos vereadores, mas, sim, pelo prefeito. Quando deixei a liderança de governo e quando o Maycon deixou de atender as reivindicações do prefeito, ele mesmo começou a nos tratar como oposição. Logo, foi ele quem criou essa oposição. Você já viu uma oposição que não reprova nenhum projeto? Nunca vi isso! Não somos oposição. Somos oposição das coisas erradas. Não somos marionetes na mão do prefeito. Ele não manda aqui. Ele manda lá no Executivo, aqui não. Então, foi ele que nos colocou nessa oposição que criou. Temos um grupo de seis vereadores que não concordam com esse processo de licitação e com vários outros. Diante disso, nos unimos e estamos buscando respostas. É um direito nosso. Este é o princípio básico de um vereador: buscar a transparência. Queremos que tudo seja esclarecido e torcemos para tudo estar certo. Ninguém está torcendo para que esteja errado. Esperamos encontrar tudo certo. Estamos fazendo a nossa parte. Se apurarmos que o prefeito está certo, vamos tocar em frente. Porém, até o momento, entendemos que não está. Somos leigos e, por isso, contratamos até um advogado para nos orientar. Dos advogados com quem conversamos, todos são categóricos em dizer que está tudo errado.

JPF: Vocês chegaram a receber denúncias de funcionários e servidores sobre essa questão do curso?

Clayton: Várias!

Maycon Willian: Como diz aquele velho ditado: “quem não deve não teme”. O queríamos é que o prefeito respeitasse a Câmara e entregasse a documentação, que é direito nosso. Fizemos vários requerimentos, dois boletins de ocorrência contra a Prefeitura e não fomos atendidos. Nesse imbróglio todo, o prefeito deveria ter facilitado as coisas e utilizado o Jurídico do Executivo para poder fazer o que é para ser feito: responder os requerimentos e fazer licitações de forma transparente e correta no Portal Transparência. Mas, ao invés disso, ele utiliza o Jurídico para perseguir os vereadores, pedindo cassação do mandato, e entrar com processo contra o Observatório Social, que busca demonstrar a transparência nos processos que envolvem o dinheiro público. Não queremos esse tipo de política. Em nenhum momento estamos pensando em cassar o prefeito e nem fazer qualquer coisa do tipo. Queremos que a Administração dê certo. Para dar certo deveria gastar R$ 1,4 milhão com outras demandas, em setores que a cidade vem passando dificuldades, como as obras inacabadas por outra gestão ou melhorias na área da Saúde, da Educação, da Segurança Pública. Então, o que queremos é saber para onde foi esse dinheiro. Em relação às denúncias, o secretário de Administração anterior a esta que autorizou a dispensa de licitação era funcionário de carreira e acabou sendo destituído do cargo por não concordar com a ação. Daí, colocaram a moça no lugar dele e deram andamento ao caso. Nenhum servidor sério e compromissado com a legalidade aceitaria participar desse tipo de coisa. Então, logo após ele ser demitido do cargo de secretário e transferido para a Delegacia, percebemos que havia uma perseguição. Poucos dias depois, outra pessoa assumiu a pasta que ele ocupava. Pouco tempo depois, essa mesma pessoa é transferida para a Secretaria de Planejamento para poder executar o projeto. Além disso, existem pessoas que estavam no RH (Recursos Humanos) e foram tiradas porque são pessoas sérias e se recusaram a participar de processos duvidosos. Todas as pessoas sérias que ocupavam as referidas pastas e não concordavam com tal situação foram transferidas e substituídas por gente de confiança extrema do prefeito, que estão diretamente usando e assinando uma triangulação, no mínimo, suspeita, no valor de aproximadamente R$ 1,4  milhão destinados a cursos de capacitação. Cada hora se fala uma coisa. As secretárias vêm à Câmara e não trazem nenhuma folha de documento, alegando que não vieram aqui para trazer documentos, mas, sim, prestar esclarecimentos. Como que você justifica atos do Executivo sem documentação que prove o que está falando? Estão desfazendo do Poder Legislativo, que tem a função de fiscalizar. Acho até triste ser só seis vereadores que estão preocupados com essa situação. Hoje,  deveríamos ter aqui os 13 vereadores colocando a cara a tapa, dando entrevistas… Quando fui presidente da Câmara, votei todos os projetos que eram benéficos para a cidade juntamente com o prefeito, mas temos que prezar pela imparcialidade. O Poder Executivo é uma coisa e o Legislativo é outra. Fomos eleitos para representar a população, fiscalizar. Por isso, fico triste. Se todos os vereadores estivessem  e empenhados em fiscalizar, em buscar a documentação correta deste caso, acho que teríamos sanado essa situação. Mas como ficamos apenas nós seis buscando, martelando, isso até frustra um pouco a população, já que não temos a maioria na Câmara.  Não temos condições diretas de bancar uma ação jurídica. Estamos chegando a um ponto em que temos que tirar dinheiro do do próprio bolso para custear uma coisa que é de interesse do povo. Mesmo assim, vamos persistir e, devagar, as pessoas enxergarão os dois lados da moeda: o daqueles que estão ali cumprindo seu papel e função e o daqueles que, infelizmente, ainda não acordaram para o seu verdadeiro papel não política.

JPF: Diante dessa situação,  qual recado vocês deixam para a população?

Clayton: Tanto eu quanto o Maycon somos muito atuantes em redes sociais. Respondo tudo que me perguntam, mas somos muito cobrados. As pessoas também generalizam as coisas e falam que a Câmara não está fazendo seu papel. Perante isso, quero deixar claro que estamos fazendo o nosso papel. Peço que cada cidadão acompanhe de perto o trabalho da Câmara e que venha às reuniões, às segundas-feiras ou ouçam pela rádio ou assistam a transmissão ao vivo feita via Facebook. Se a pessoa não tem condições de vir, assistir ou escutar por esses outros meios, acompanhe seu candidato, seu vereador, para ver quem, de fato, está buscando melhorias e quem, de fato, está conivente. A gente entende que o prefeito precisa ter a maioria na Casa para aprovar seus projetos. Na verdade, ele sempre teve a maioria para coisas boas. Ele só não vai ter maioria para coisas erradas. Não deveria ter, mas tem, porque alguns colegas acham que o prefeito está certo. Quero  achar que ele está certo. Queremos entender as razões que o levaram a tomar tal atitude. Embora esteja acabando seu mandato, acredito que ele não é mal intencionado, que está apenas sendo mal assessorado. Isto afirmo com certeza: ele está mal assessorado. E isto está criando um problema que ele próprio não tem ideia do tamanho. O prefeito tem outras pretensões políticas, e sabemos disso. Estamos alertando que a atual postura não é a ideal, mas não está escutando. Nenhum machadense quer o mal da cidade. Ninguém é louco de fazer isso, mas as coisas têm que ser transparentes. Vivemos um mundo de incertezas no Brasil. Na questão política, por exemplo, os políticos são todos do mesmo balaio, todo mundo igual, todo mundo é corrupto e todo mundo é bandido. Então, vou ficar escutando que não fazemos nada? Isso não vou admitir! As pessoas têm que acompanhar mais. Muitas pessoas vão para as redes sociais falar as coisas sem ter conhecimento. Elas têm que vir aqui acompanhar as sessões. Agora, falar que não estamos fazendo nada já é demais! Desde 2017 estamos correndo atrás disso, e tem gente que fala que não estamos fazendo nada. Alguns podem não estar fazendo, mas não admito falar que não estou fazendo nada na questão desse projeto. Aliás, não só esse como em outras várias denúncias que estamos apurando. Cada um está indo para um lado. Portanto, a mensagem que deixo é: acompanhe mais e  cobre o seu vereador, mas com razão. Venha à Câmara saber se realmente há requerimentos para apurar os fatos, se está sendo investigado, se tem denúncias, se não tem. Não vá para as redes sociais apenas atacar. É muito simples atirar pedras sem saber. Às vezes, não é culpa da pessoa. O povo não tem a tradição de acompanhar seu político. Se tivesse, o Brasil não estaria nessa situação. Estamos descobrindo várias coisas. Queremos que as pessoas continuem buscando os fatos, mas com razão.

Maycon: O recado que deixo para a população é: nos próximos meses e no final do mandato, fiquem bem atentos, porque trabalhamos com transparência. Nós, seis vereadores, temos a tranquilidade e estamos aqui exercendo o nosso papel e função. Só que não é fácil colocar a cara a tapa. Às vezes, até entendo os demais vereadores, porque não é um ato fácil. É necessário muita coragem para fazer o que estamos fazendo. Estamos pagando caro por isto. Vão começará nos apedrejar. Estou até passando por isso em termos pessoais. Estou pagando caro. Tenho ciência que fiz errado e estou pagando até um alto preço por isto. Porém, quando fui presidente da Câmara, sempre prezei pela transparência, mostrando documentações, buscando parcerias, diálogos, atendendo sempre a população e olhando no olho. Então, no meu lado político, não conseguiram achar nada e não vão conseguir, porque tenho vida transparente. Pedimos transparência ao prefeito porque ele está mexendo com o dinheiro público. A única coisa que queremos aqui é que mostre os documentos e prove que está tudo certo, acontecendo na melhor forma possível, que o dinheiro público está sendo bem aproveitado. Não queremos passar mais uma gestão com a população insatisfeita e com as coisas não acontecendo. Logo, pedimos à população que fique atenta aos próximos capítulos, pois o que estamos vendo é que o prefeito não quer dialogo com a Câmara, com vereadores. Queremos a documentação, porque  mesma está gerando dúvidas. Como disse: “quem não deve não teme”. Se eu fosse o prefeito viria para cá e utilizaria a Tribuna para mostrar a documentação. Falava: “Fiz dessa forma e está correto. Está no Judiciário, mas vou resolver a minha situação. E vocês estão errados por isso. Está tudo certo”. Se fizesse isso não geraria dúvidas. Hoje, onde vamos a população já esta questionando, as pessoas estão perguntando sobre a questão do R$ 1,4 milhão. Onde foi esse dinheiro? Ninguém sabe e nós, vereadores, não tivemos a resposta para onde foi esse dinheiro. É muita grana dinheiro para não ter uma explicação de onde foi gasto. Então, é isto que queremos apenas. Não queremos perseguir o prefeito. Não é nada contra ele. Qualquer outro que estivesse lá seria questionado da mesma forma, porque se trata de dinheiro público. Então, o recado que deixo para a população é: fiquem atentos, pois eles vão atacar da forma que conseguirem os seis vereadores que estão aqui colocando a cara a tapa. Compramos essa briga porque acreditamos em uma cidade melhor. Precisamos muito, neste momento, do apoio da população. As pessoas têm que participar e nos ajudar a cobrar. Estamos aqui, nos seis, como vereadores. O sétimo voto pode ser o povo, que deve nos ajudar nesse momento com cobranças. Estamos cobrando o apoio dos demais colegas, principalmente se precisarmos de alguma votação, de algum documento. Estamos sendo transparentes e vamos votar juntos em prol do poço. Não estamos pedindo para colocar a cara a tapa igual estamos fazendo, porque sabemos que é difícil. Perseguições estão sendo feitas e as dificuldades também estão surgindo. Então, pedimos o apoio da população e solicitamos que a mesma fique muito atenta aos acontecimentos, procurando saber a fonte e os fatos antes de divulgar qualquer coisa. Eles estão com grupo forte na Prefeitura, formado por pessoas que vieram de outras cidades para levar nosso dinheiro embora, de pessoas mal intencionadas. Como o Clayton disse, não acredito que o prefeito seja mal intencionado, apenas está mal acompanhado. As pessoas que ele colocou ao seu lado não condizem com a conduta de pessoas que querem o bem de Machado. Infelizmente, estamos com essa dificuldade: pessoas estão sendo contratadas para prejudicar ou difamar os seis vereadores que estão fazendo seu papel. Ao mesmo tempo, estamos preocupados com a ocupação de diversos cargos públicos. Logo, peço à população que fique atenta aos próximos acontecimentos. Se Deus quiser, o quanto antes, conseguiremos apurar essa situação e aplicar esse dinheiro em ações positivas para a cidade. Afinal, é isto que a população precisa.

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