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POLÍCIA

PRESO NOVAMENTE

A Polícia Civil prendeu novamente, na manhã desta quarta-feira (24), um homem de 43 anos, ex-interno de um centro terapêutico interditado recentemente em Machado. G.P.A., que havia sido liberado no último dia 7 (domingo), através de um alvará de soltura obtido por sua defesa, é acusado de ameaçar e de tentar coagir testemunhas que estão prestando depoimentos sobre o caso. Devido à gravidade das atitudes tomadas por ele e que podem comprometer o rumo das investigações sobre o caso, o Juizado da Comarca expediu um novo mandado de prisão preventiva contra o acusado. A ordem judicial foi cumprida pela equipe da Delegacia local e ele já se encontra detido preventivamente no Presídio de Machado.

A primeira prisão

De acordo com as informações obtidas pela reportagem da Gazeta, no último dia 24 (segunda-feira), após tomar conhecimento de que G. estava obstruindo as investigações, fazendo contato e enviando mensagens para as vítimas em tom de ameaça, o Juizado da Comarca expediu um mandado de prisão preventiva de trinta dias contra o acusado.

Desta forma, a Polícia Civil foi acionada para cumprir a ordem judicial. Durante as diligências, os policiais se dirigiram à residência de G. Lá, eles encontraram um telefone celular, com o qual o ex-interno da comunidade terapêutica estaria enviando mensagens intimistas a testemunhas do caso.

Com as provas em mãos, os policiais deram voz de prisão a G., que foi encaminhado à Delegacia, onde prestou depoimento e, posteriormente, foi encaminhado ao presídio da cidade.

O processo referente às irregularidades cometidas na comunidade terapêutica até então instalado no bairro rural Caixetas segue em segredo de Justiça. Novos desdobramentos devem ocorrer em breve.

O caso

Após receber denúncias de maus tratos cometidos em uma comunidade terapêutica situada no bairro rural Caixetas, na zona rural de Machado, representantes do Ministério Público, da Vigilância Sanitária e das Polícias Militar e Civil promoveram uma visita ao local, na tarde do último dia 6 (quinta-feira).

Durante os trabalhos, a Promotora de Justiça da Comarca, Valéria Magalhães, promoveu uma entrevista com 57 internos homens, com idades entre 19 e 54 anos. A ação era parte de  um roteiro de fiscalização do Ministério Público em relação às comunidades terapêuticas. “Na verdade, fui fazer a fiscalização de rotina. Quando chegou lá, as Polícias Militar e Civil detectaram alguns problemas que poderiam caracterizar crime e constatamos algumas internações involuntárias, que poderiam ser irregulares. Diante disso, as pessoas e os funcionários continuaram lá. O proprietário saiu, não quis responder um questionário que a gente forneceu pra ele. Mas, até aí, não tinha nada de flagrante. Porém, como ele evadiu do centro terapêutico, a Polícia suspeitou que existisse alguma coisa irregular e foi atrás dele, efetuando a sua prisão, da qual não posso dar detalhes. Simultaneamente a este fato, continuei ouvindo algumas pessoas para concluir a minha parte no processo. Sempre que promovo este tipo de ação, solicito que as Polícias Civil e Militar me acompanhem. Neste caso, eram 57 pessoas que eu teria que ouvir. No início, eu não sabia quantos internos eram, quantos residentes tinham lá. Por isso, pedi o apoio deles e da Vigilância Sanitária para olhar as condições de salubridade do local e, assim, fiscalizarmos a comunidade terapêutica. Só que a Polícia descobriu diversas coisas lá que podem caracterizar crime e, por isso, acabou detendo algumas pessoas e levando outras para deporem na Delegacia”.

Ainda conforme apurado pela reportagem da Gazeta, dentre as irregularidades constatadas pelas autoridades estão os tratamentos involuntários dos internos, contrariando as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além de fortes indícios do cometimento de crimes como sequestro e cárcere privado, além de torturas físicas e psicológicas, como disseram alguns dos pacientes que estavam internados no centro de tratamento terapêutico. Outras irregularidades foram detectadas pelas autoridades, como restrição à liberdade dos internos com muros altos, trancas e cadeados, inclusive nos quartos.

Esses delitos teriam sido confirmados em depoimentos prestados pelos internos na Delegacia de Machado após a operação.

Cinco funcionários, incluindo o gerente, foram presos em flagrante por crimes como tráfico de drogas, tortura e sequestro.

Fuga

Durante as vistorias na clínica, o proprietário e alguns funcionários foram cientificados de que deveriam acompanhar as autoridades durante os trabalhos, pois haviam acusações de que irregularidades estavam sendo cometidas no estabelecimento.

Pouco tempo depois, o responsável pela clínica evadiu do local. Desta forma, viaturas da PM saíram no encalço do rapaz. Durante a perseguição, uma Guarnição acabou se envolvendo em um acidente no cruzamento das Ruas Joaquim Teófilo e Dom Hugo, no Centro, colidindo contra uma ambulância.

O representante da clínica seguiu rumo à MGC 267, sentido à cidade de Campestre. Equipes da Polícia Militar da cidade vizinha foram acionadas e efetuaram um cerco-bloqueio, logrando êxito em deter o suspeito, que portava uma grande quantidade em dinheiro no carro em que conduzia. Posteriormente, ele foi reconduzido à clínica para terminar de acompanhar os trabalhos.

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