OFICIAIS DE JUSTIÇA APREENDEM DOCUMENTOS NA PREFEITURA
Oficiais de Justiça pertencentes à Comarca de Machado estiveram na Prefeitura de Machado, na tarde do último dia 11 (segunda-feira), para apreender documentos referentes à dispensa de um processo licitatório de mais de R$ 1 milhão destinado a contratar uma empresa de capacitação de servidores. O caso começou quando um grupo de vereadores solicitou cópias do referido processo, mas teve o pedido negado pelo Executivo. De lá pra cá, boletins de ocorrência e até uma ação judicial foi impetrada junto ao Ministério Público para a obtenção dos mesmos, mas sem respostas.
Então, após diversas negativas por parte da Administração em conceder acesso aos documentos, o Juiz titular da Segunda Vara Cível de Machado, Rodrigo de Castro, deferiu o pedido ordenando a busca e apreensão dos autos das dispensas. A ordem judicial foi despachada no último dia 8 (sexta-feira), mas o mandado acabou sendo expedido no início expediente do dia 11 (segunda-feira).
Diante disso, dois oficiais da Justiça cumpriram a ordem junto à Prefeitura, que acabou entregando os autos.
Ainda conforme informações apuradas pela reportagem da Gazeta, nesse meio tempo, o Ministério Público também se manifestou nos autos, informando ao Juiz que, devido às atitudes reiteradas do Executivo, cópias dos autos do mandado de segurança emitido anteriormente seriam enviadas à Procuradoria Estadual especializada em crimes praticados por gestores municipais, em Belo Horizonte.
O caso
Uma dispensa de licitação suspeita, destinada a contratar uma empresa de capacitação de servidores, com valores exorbitantes e que, até o momento, não teve nenhuma comprovação de sua necessidade. Estes fatores levaram os vereadores Adriano Viana (Peixinho), Clayton Nery, Erivelto Ângelo, Maycon Willian, Renata Dias e outro edil que pediu para não terão nome citado a solicitarem respostas plausíveis ao prefeito Julbert Ferre a respeito do caso. No entanto, após enviarem diversos ofícios ao Executivo, solicitando justificativas para o processo licitatório, e perante o silêncio da Administração em relação à situação, as suspeitas de que existe alguma coisa errada no caso afloraram ainda mais nos parlamentares, que não se deram por vencidos e acionaram a Polícia Militar para elaborar um Boletim de Ocorrência contra o prefeito devido à falta de respostas ao Legislativo. Além disso e já prevendo dificuldades para conseguir “arrancar” alguma informação do Executivo, os vereadores contrataram um advogado para entrarem com um mandado de segurança contra a Prefeitura, acatado pela Justiça, mas não cumprido até a presente data, exigindo a liberação de documentos referentes ao caso, a fim de analisarem todo o processo. Depois de várias análises, o Ministério Público, por meio da Promotora Valéria Magalhães, concedeu uma liminar aos requerentes e exigiu que a Prefeitura, no prazo máximo de dez dias, disponibilize todos os materiais solicitados pelos edis. Na decisão, a representante do MP também ressalta que as justificativas alegadas pela Assessoria Jurídica do Município afronta os direitos fundamentais do cidadão e os princípios da Administração Pública elencados na Constituição Federal.