IDOSO MORRE DURANTE ATENDIMENTO MÉDICO E FAMÍLIA ACUSA SOCORRISTAS DE NEGLIGÊNCIA
O fato aconteceu nesta terça-feira (25), na Santa Casa de Caridade. A empresa proprietária da ambulância designada para atender o caso se manifestou por meio de nota e afirmou que o estado do paciente já era grave no momento do atendimento
Um idoso de 88 anos faleceu, nesta quarta-feira (25), na Santa Casa de Caridade de Machado, após esperar por transferência durante mais de quatro horas. João Afonso Vieira deu entrada na unidade de saúde com um quadro grave. Familiares da vítima afirmam que a mesma faleceu devido ao atraso de mais de quatro horas para o comparecimento da UTI Móvel. A empresa responsável pelo veículo especializado para o atendimento publicou uma nota, na qual ressaltou que tinha outros compromissos programados antes e que o paciente já se encontrava em um quadro grave no instante em que se iniciou a remoção para outra unidade de saúde de referência da região.
De acordo com o Boletim de Ocorrência confeccionado pela Polícia Militar sobre o caso, o filho do idoso, Maurício Vieira (50), acionou uma Guarnição para que comparecesse ao PAM (Pronto Atendimento Municipal). No local, em contato com o solicitante e outras testemunhas, os policiais foram informados que uma unidade de tratamento intensivo móvel seria disponibilizada pela Secretaria de Saúde do município com a finalidade de transportar o seu pai daquele estabelecimento hospitalar, que estava internado, para outra unidade situada na cidade de Poços de Caldas.
Ainda conforme Maurício, os familiares foram cientificados por funcionários do Pronto Socorro que a ambulância demoraria aproximadamente uma hora e meia para chegar à cidade de Machado. No entanto, a mesma atrasou e compareceu com quatro horas de atraso em relação ao tempo informado anteriormente.
Também segundo o solicitante, depois de chegar, a unidade de saúde móvel começou a apresentar problemas nos equipamentos, que aparentavam não estar funcionando corretamente, o que, na visão dos familiares, foi determinante para o óbito do idoso João Afonso, já que ele se encontrava no interior da ambulância.
Ainda de acordo com a versão de Maurício, faltou tratamento adequado por parte da equipe médica da ambulância, pois a mesma não prestou nenhuma informação do quadro de saúde vítima ou sobre os procedimentos realizados no paciente. As testemunhas corroboraram com a versão apresentada pelo filho do idoso.
Questionado sobre o que realmente estava acontecendo, o médico responsável pela UTI móvel, relatou que, para o plantão, já estava programado um atendimento na cidade de Três Corações, no hospital São Sebastião, onde encontrava-se um paciente em estado grave de saúde, que necessitava ser transferido para a cidade de Varginha.
Também segundo o profissional, o caso de Três Corações foi considerado prioritário devido a dois fatores: ao estado da vítima e ao fato de que João Afonso já estava sendo assistido por profissionais médicos do Pronto Socorro da cidade de Machado. Assim que finalizaram o atendimento da cidade vizinha, a equipe médica se deslocou para a cidade de Machado.
Por fim, o médico revelou que, ao chegar, a equipe teve acesso ao paciente e percebeu que o mesmo se apresentava muito instável e debilitado, com saturação em repouso de 90%. Diante disso, ele e seus colegas realizaram todos os procedimentos de reanimação cardiopulmonar preconizados pela ACLS (Suporte Avançado de Vida em Cardiologia) e não colocaram o paciente de imediato na ambulância, pois estavam efetuando procedimentos para tentar melhorar os níveis do paciente e, assim, iniciar o deslocamento para Poços de Caldas, o que não foi possível devido ao óbito.
Diante do exposto, as partes foram orientadas quanto às demais providências e liberadas. O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência e encaminhado à Polícia Civil para as devidas apurações.
Nota oficial
Após tomar conhecimento do caso e da repercussão do mesmo na imprensa, a empresa Medsul – Emergências Médicas se pronunciou por meio de uma nota oficial. Confira: