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POLÍCIA

HOMEM É DETIDO POR COMETER INJÚRIA RACIAL CONTRA AGENTE DA ÁREA AZUL

Um homem de 36 anos foi detido, na tarde do último dia 2 (sexta-feira), por cometer injúria racial contra um agente da Área Azul de Machado. O rapaz teve fiança arbitrada na Delegacia e foi solto posteriormente.

De acordo com as informações obtidas pela reportagem da Gazeta, na referida data, por volta das 11 horas, a Polícia Militar foi acionada a comparecer à Praça Antônio Carlos para averiguar uma ocorrência de injúria racial.

No local, o agente da Área Azul, L.F.C. (26 anos) disse aos policiais que, aproximadamente, às 10 horas, estava trabalhando normalmente, quando o jovem T.V. (36) chegou de carro com seu patrão E.B.G. (35) e parou em uma das vagas de estacionamento.

Em seguida, T. teria se dirigido a L.F. e dito: “Ê, neguinho, naquele dia você ficou bravo lá embaixo”. Imediatamente, o fiscal respondeu: “Não devo nada a você”. No que foi retrucado com palavras de baixo calão por T.: “Então, porque você não vai tomar no xx, neguinho!?”.

Imediatamente, L.F. procurou seu supervisor, V.N.S. (38), a fim de lhe pedir auxílio para que acionasse a Polícia, mas como não o achou, ficou juntamente com o desafeto aguardando a chegada da Guarnição para o registro do caso.

Ainda em depoimento, L.F. revelou que, há um bom tempo, vinha tendo problemas com T. e E.. Inclusive, ele mencionou que, dias atrás, a dupla teria estacionado um veículo na parte de baixo da Praça Antônio Carlos e o intimidavam, chamando-o de neguinho, dizendo que ele não deveria confeccionar o cartão de tempo da Área Azul.

Em contato com a testemunha N.M.R. (27), amigo e colega de L.F., os militares foram cientificados de que o mesmo estava mais abaixo na praça, realizando seu trabalho de fiscal, quando foi procurado por L.F., que já chegou dizendo que T. e E. já tinham lhe perturbado anteriormente e teriam voltado à praça e reiterado as práticas racistas e injuriosas contra a sua pessoas.

Logo depois, N. passou a filmar o desenrolar dos fato e captou o áudio de dois outros companheiros de trabalho da dupla confirmando que T. teria ofendido L.F. com palavras de baixo calão.

Em diálogo com o acusado T., os policiais receberam a versão de que ele chegou de manhã na Praça Antônio Carlos para trabalhar em um consultório, onde estavam montando prateleiras. Ao avistar L.F. e perceber que ele estava com o semblante carregado, virou pra ele e falou: “O neguinho está bravo hoje”. Com isso, L.F. teria se enfurecido e começado a lhe xingar, momento em que T. lhe retrucou com algumas palavras de baixo calão.

Também durante o depoimento à PM, T. confirmou que estava sozinho naquele momento e, devido à confusão, adentrou o consultório em que estava trabalhando. No entanto, L.F. o acompanhou e passou a discutir com ele no interior da empresa. Então, para evitar constrangimentos em seu local de trabalho, o rapaz retornou para fora, junto de E., onde as discussões se acirraram mais.

Simultaneamente, a família de L.F. chegou. Ao perceber a presença dos parentes, o fiscal então partiu pra cima T. para lhe agredir, mas foi contido pela mãe e pelo tio. Contudo, mesmo interceptado, L.F. teria conseguido arremessar uma garrafa de água, que atingiu E. no ombro. Por fim, T. ressaltou que o tumulto só parou assim a Guarnição chegou.

Questionado sobre os fatos anteriores envolvendo ele, E. e L.F., T. confessou que sempre chamou o fiscal pela alcunha de “neguinho”, tendo em vista que não sabia qual era seu nome e levando em conta que estava somente brincando, considerando se tratar de uma forma bem humorada de interpelá-lo, a qual não considerava como insulto até então. Por fim, T. afirmou que nunca fez ameaças contra L.F..

Em diálogo com a testemunha E., este relatou ao policiais que estava trabalhando no interior de um consultório situado na Praça Antônio Carlos, momento em T. (que estava, naquela data, com outra equipe de trabalho prestando serviço) retornou para o interior da empresa, acompanhado de L.F. e de seu tio, os quais passaram a lhe chamar de racista, apontando-lhe o dedo e fazendo insultos.

E. mencionou ainda que sequer sabia o que estava acontecendo e pediu que todos saíssem à rua para não perturbar o trabalho das demais que estavam no prédio. Então, irritado, L.F. tentou agredi-lo, mas foi contido tanto pela mãe, pelo tio e por outros colegas da Área Azul. Mesmo assim, foi atingido por uma garrafa arremessada por L.F..

E. ainda revelou que conhece tanto L.F. quanto seu tio de longa data e que sempre tiveram boa relação, nunca tendo qualquer tipo de desavença que lhes causassem infortúnios.

A respeito dos fatos anteriores citados pelos envolvidos, E. falou que, em outra ocasião, o carro em que estava foi estacionado na praça. Naquela oportunidade, ele disse a L.F. que não precisava fazer o cartão porque somente iria embora no final do dia, e o fiscal concordou sem nenhum entrave. Porém, final daquele dia, se deparou com L.F. e T. discutindo, pois o agente da Área Azul teria procurado seu funcionário e dito que eles estavam se negando a pagar pelo serviço, mas T. retrucava afirmando ter quitado o que devia sob xingamentos com palavras de baixo calão. L.F. teria se retirado naquela ocasião.

Diante dos fatos e com as presenças de seus advogados, o Boletim de Ocorrência sobre o caso foi confeccionado. L.F. e T. foram conduzidas à Delegacia de Machado, onde T. recebeu voz de prisão. No entanto, a autoridade de plantão arbitrou uma fiança para liberá-lo. O valor foi pago e o rapaz solto.

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