GOLPES DE ESTELIONATO SÃO REGISTRADOS EM MACHADO
Dois golpes de estelionato foram registrados pela Polícia Militar, nesta terça-feira (27), em Machado. Em um deles, as vítimas foram enganadas ao tentarem quitar um financiamento de veículo. No outro, uma pessoa perdeu todo o dinheiro que investiria não compra de um carro ao efetuar a transferência para um terceiro envolvido no negócio.
De acordo com as informações obtidas pela reportagem da Gazeta, o primeiro crime foi denunciado por volta das 13h35, quando um casal compareceu a um posto da Polícia Militar para denunciar que haviam se tornado vítimas de estelionatários.
Em depoimento, a dupla relatou que, há pouco mais de um ano, tinha feito um financiamento de veículo, dividido em 48 parcelas de R$ 626,61. Porém, com decorrer do tempo, quando atingiu a parcela 14 do contrato, a dupla ficou sabendo que um parente tinha conseguido uma negociação, através da qual mitigou os juros dos valores restantes do financiamento.
Com isso, eles solicitaram ao parente o número do telefone pelo qual foi feita a negociação, recebendo os dados via WhatsApp e que, supostamente, pertenceria ao banco financiador do bem.
Após várias conversas pelo aplicativo, o casal concretizou a negociação para a quitação total do financiamento, no valor de R$ 11.048,26, pagos mediante depósito bancário. Dias mais tarde, o casal recebeu uma nova mensagem de um número do Estado de São Paulo com a informação de que precisava efetuar outro depósito no valor de R$ 1.599,01 e, prontamente, fez a transação bancária.
Depois de concretizar os depósitos citados e não ser comunicado sobre a quitação do contrato, uma das vítimas desconfiou que poderia ter sofrido um “golpe” e entrou em contato, via telefone, diretamente com a Central de Atendimento do banco, obtendo a confirmação de que se tratava de um ato praticado por estelionatários.
No segundo golpe, denunciado por volta das 14 horas, a vítima D. compareceu a um posto policial e afirmou que, nesta data, tinha visto um anúncio da venda de um veículo Celta 1.0, cor prata, no valor de R$ 14.500 no Facebook. Então, entrou em contato com o suposto vendedor, identificado apenas como Pablo Fernando, via WhatsApp, para obter mais informações.
Durante a conversa, Pablo Fernando disse a D. que o carro valia R$ 14 mil e era de um conhecido, mas como estava ajudando-o a vender poderia repassá-lo por R$ 10 mil, desde que o comprador acertasse a documentação, que estava atrasada, e também porque o veículo apresentava algumas avarias nos para-choques traseiro e dianteiro. Com isso, D. afirmou que fecharia o negócio com Pablo Fernando, sob a condição de só efetuar o pagamento quando estivesse com o recibo em mãos.
De posse da confirmação, Pablo Fernando então entrou em contato com o verdadeiro vendedor, identificado apenas como J.P., ao qual informou que devia um valor para um ex-sócio e o repassaria através da compra de um veículo.
Ainda conforme Pablo Fernando, o antigo sócio passaria em Machado para ver o automóvel. Se gostasse, o próprio Pablo transferiria o dinheiro para J.P. e, logo em seguida, ele e D. iriam ao Cartório de Registros para repassar o recibo.
Pouco tempo mais tarde, Pablo Fernando entrou em contato com J.P. novamente, ressaltando que relatou que o ex-sócio já tinha chegado à cidade para ver o Celta. Com isso, J.P. solicitou que a esposa levasse o veículo até o seu serviço para que o comprador pudesse testá-lo.
Ao chegar no local em que J.P. trabalha, D. se apresentou ao vendedor como a pessoa indicada por Pablo Fernando para olhar o automóvel. Em seguida, ele pegou o carro para fazer os testes e ver se estava tudo certo, momento em que foi questionado por J.P. se era sócio de Pablo Fernando, respondendo que não tinha ligação nenhuma com o atravessador.
Mesmo com as indicações de golpe, D. entrou novamente em contato com Pablo Fernando e informou que já tinha experimentado o Celta, mas só transferiria o valor de R$ 10 mil se J.P. estivesse com o recibo do veículo para efetuar a transferência. Simultaneamente, J.P. também voltou a falar com Pablo Fernando e afirmou que seu ex-sócio havia gostado do carro, mas só assinaria o recibo após receber o dinheiro.
Então, D. e J.P., sem saberem que estavam caindo em um golpe, se dirigiram ao cartório com o recibo. Durante o trajeto, J.P. revelou que passaria na empresa em que a esposa trabalha para pegar a assinatura dela. No momento em que J.P. desceu do automóvel, D. ficou aguardando e aproveitou para enviar o valor de R$ 10 mil para Pablo Fernando, via chave aleatória do Pix, para uma conta em nome de uma mulher que sequer foi citada durante toda a negociação.
Ao chegarem no cartório, D. se dirigiu até J.P. para pegar o recibo e o carro e ir embora, momento em que foi cientificado de que o dono do Celta ainda não teria recebido o dinheiro restante de Pablo Fernando.
No mesmo instante, D. confessou que já havia depositado R$ 10 mil para quitar o veículo, sendo notificado por J.P. que nenhum valor tinha sido enviado por Pablo Fernando à sua conta bancária e, por isso, não entregaria o recibo e nem o Celta, indo embora.
Diante dos fatos, D. se dirigiu ao posto policial e registrou o caso. Na oportunidade, ele ainda acrescentou a informação de que, em momento algum, J.P. falou que estaria esperando um depósito de Pablo Fernando, pois, se soubesse disso, não teria efetuado pagamento algum ao atravessador.
Em conversa com J.P., os policiais foram cientificados de que o mesmo teria anunciado a venda do carro no site OLX, no valor de R$ 24.500, e que Pablo Fernando teria entrado em contato demonstrando interesse em adquiri-lo, contando a história de um ex-sócio e de que pagaria parte do montante para quitar uma dívida com ele. No entanto, não sabia que o estelionatário havia combinado outra coisa com D., na tentativa de aplicar o golpe, que foi concretizado. Sendo assim, não oficializou a venda do carro.
Os casos foram registrados em Boletim de Ocorrência e encaminhados à Polícia Civil para as devidas apurações.