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GERAL

MORRE O HISTORIADOR MACHADENSE DR. RICARDO

Faleceu, na tarde de ontem (22), em São Paulo, o machadense e Desembargador aposentado pelo Tribunal de Alçadas do Estado de São Paulo, Dr. Ricardo Moreira Rebello. Autor da obra “O município de Machado até a virada do milênio (Tomos 1 e 2), Dr. Ricardo era considerado até então como o maior historiador vivo do município. Ele foi o autor de um dos maiores levantamentos históricos e trabalhos de pesquisa Machado, que durou cerca de 40 anos.

Dr. Ricardo era um machadense apaixonado por sua terra natal e costumava usar uma frase de Baudelaire para se referir à saudade que sentia: “Longe de ti, meu coração aprendeu esse estranho amor da ausência”.

O velório acontece na Câmara de Vereadores na manhã desta sexta-feira (23), até o meio-dia, de onde o féretro segue para o Cemitério da Saudade.

Homengem

O falecimento do juiz aposentado e historiador Ricardo Moreira Rebello é digno de registro aqui neste espaço que objetiva manter viva a memória de Machado.

Ninguém dedicou-se mais a escrever a História de Machado do que Dr. Ricardo. Foram 40 anos de dedicação —desde que ele tinha apenas 15— até a conclusão do livro, em dois volumes literalmente de peso, intitulado: “O município de Machado até a virada do Século”

Foi um cidadão machadense avesso a badalações, muito simples e inteligente, que amava profundamente Machado e sua gente. Se fizermos uma busca no Google veremos que não há sequer uma fotografia daquele que vivia pesquisando e entrevistando as pessoas, sem qualquer interesse de autopromoção. Tudo era escrito na terceira pessoa, sem “eu” em parte alguma da sua escrita fina, própria de quem estudou muito.

Concluído seu livro, doou todo o acervo pessoal que usou como fontes bibliográficas para o arquivo público da Casa da Cultura de Machado.

Sua colaboração à historiografia local é incalculável e servirá, perenemente, como fonte de consultas às atual e futuras gerações. Assim sendo, Dr. Ricardo é um imortal das letras machadenses e merece as honras e o tratamento condigno. Foi um grande homem e deixou seu legado imorredouro.

Mesmo morando aqui distante, em Rondônia, tive a sorte de receber correspondências manuscritas do Dr. Ricardo, que guardo como verdadeiras joias, com informações sobre a história da região sul-mineira para um futuro livro que luto para escrever. E nunca o esquecerei dos gestos de bondade e dedicação absoluta ao que se propôs.

Obrigado, Dr. Ricardo!

Júlio Olivar

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