CIDADÃOS CAEM NO GOLPE DO PIX
Dois homens caíram no golpe do Pix, nesta segunda-feira (10), em Machado. Ambos estavam envolvidos na venda de um veículo, mas acabaram sendo enganados por um terceiro indivíduo, estelionatário, que se apresentou como o intermediador do negócio. A identidade do autor do crime não foi descoberta até o momento.
De acordo com as informações obtidas pela reportagem da Gazeta, na referida data, a Polícia Militar foi acionada a comparecer em um cartório da cidade para registrar um golpe do Pix.
Ao chegarem no local, os policiais foram cientificados de que dois homens estavam firmando um contrato de compra e venda de um veículo, quando ambos descobriram que haviam caído de um golpe de estelionato e estavam a ponto de entrar em vias de fato. Apaziguadas as partes, os policiais encaminharam os envolvidos à sede da 164ª Cia. PM para obter suas versões e avaliar a exata razão dos fatos.
Na unidade policial, M.F.C. (53 anos), de Botelhos, relatou que tinha feito contato com um indivíduo conhecido por Eduardo e que o mesmo havia anunciado, no Facebook, a venda de um Chevrolet Corsa Classic, de cor preta, pelo valor de R$ 15 mil, na cidade de Machado.
Diante do interesse em adquirir o automóvel, M. manteve contato com Eduardo, que lhe propôs de mostrá-lo na data citada. Ao chegar na cidade, M. fez contato com Eduardo. O suposto vendedor então lhe disse que mandaria um primo para fazer contato pessoal, mostrar o veículo e conduzir a negociação, tendo em vista que o automóvel estaria com ele.
Ao chegar ao local combinado, M. foi recepcionado pela suposto primo de Eduardo, que lhe mostrou o Corsa. Depois de avaliar o carro, M. decidiu fechar o negócio e seguiu com o outro rapaz até um cartório da cidade para fazer a transferência da propriedade.
Durante o deslocamento, M. fez novo contato, via WhatsApp, com Eduardo, que lhe informou uma chave de um pix para efetuar o pagamento inicial de R$ 5 mil. Chegando no cartório, enquanto faziam os trâmites iniciais, M. recebeu nova mensagem de Eduardo com os dados de uma outra conta para o depósito de mais R$ 4800 referentes ao restante do valor do veículo, visto que ele e o suposto primo do vendedor teriam entrado em acordo para o pagamento de R$ 9800 pelo mesmo.
M. ainda relatou que o suposto representante de Eduardo teria consentido que o depósito fosse feito na conta informada e permaneceu no cartório, ao lado de sua esposa, enquanto ia com o filho ao banco.
Realizado o depósito, M. percebeu que o rapaz que se identificou como primo de Eduardo ficou diferente e se negou a finalizar a transação, revelando que ambos haviam caído num golpe, visto que não havia recebido dinheiro algum do tal familiar.
Com isso, M. deduziu que o rapaz alega provavelmente estaria envolvido na trama e tentou novo contato com Eduardo, que não respondeu mais às suas mensagens. Ainda conforme M., durante toda a negociação, o representante de Eduardo, que apresentou-se com nome falso e havia confirmado ser primo do mesmo. Além disso, ele falou à esposa de M. que ela poderia abrir firma no cartório para a transferência, visto que já estava tudo certo em relação ao negócio, e que seu primo Eduardo estava viajando para a cidade de Três Corações e que ele mesmo concretizaria a venda do automóvel.
Outro lado
Em contato com o suposto primo de Eduardo, os policiais foram cientificados de que o rapaz havia anunciado a venda do veículo na plataforma OLX pela importância de R$ 23 mil.
Dias depois de postar o item, ele foi contactado por um homem identificado apenas como Eduardo e assegurado de que o mesmo compraria tal carro, mas precisaria da sua ajuda, visto que, na transação, aproveitaria para concretizar outro negócio.
Além disso, para finalizar a transação, Eduardo pediu que ele excluísse o anúncio de venda, pois passaria para M. uma importância superior à da compra, já que teria um dívida com o mesmo e pretendia quitar este compromisso por meio da negociação do carro.
Entretanto, para concretizar tal transação, Eduardo pediu ao dono do Corsa que não lhe dissesse nada sobre o valor da compra a M. e que, se ele perguntasse o por quê de seu envolvimento no negócio, dissesse apenas que era seu primo.
Feito isso, na data combinada para a concretização do negócio, Eduardo disse ao falso primo que não poderia vir a Machado, devido ao trabalho, mas que já havia combinado tudo com M. e que ele estava chegando na cidade.
Depois de se encontrar com M. e se dirigir ao cartório, o dono do veículo recebeu de Eduardo um print de um PIX na importância de R$ 23 mil. Contudo, durante o tempo em que permaneceu no local para efetuar a transferência do automóvel para M., a transação bancária não foi efetivada – fato que o rapaz a perceber que estava caindo em um golpe.
Naquele instante, o homem que se havia apresentado como primo de Eduardo acionou a Polícia para registrar os fatos.
Acalmando os ânimos
Diante de toda a situação, a Polícia Militar confirmou que ambos caíram em um golpe. Porém, M. não havia compreendido o acontecido e insistiu em afirmar que o outro rapaz estava envolvido no crime. Novamente, os militares intervieram e tentaram explicar que este tipo de situação tem se tornado recorrente e é preciso muita atenção para evitá-los.
O caso foi registrado em Boletim de Ocorrência e encaminhado à Polícia Civil para as devidas apurações.